Os autores já haviam colaborado com Jacques Pilon (falecido em 1962) em outros pavilhões escolares para o Liceu Pasteur, onde se situa esta capela, em projetos que também apresentavam uma linguagem afinada com as características do brutalismo paulistao. Nesta pequena obra de pouco menos de 250 m2 a posição secundária e o espaço limitado não permitiam muita liberdade na escolha do partido de implantação; assim, sua caracterização se dá predominantemente pelos detalhes.

Trata-se de um simples abrigo definido por uma cobertura em laje nervurada de concreto, plana, cujas vigas de bordo se apóiam sobre paredes de alvenaria bastante espessas, rebocadas, com pequena edícula de apoio anexada a um canto; as aberturas para ventilação e para iluminação vazam o muro e bem como os variados domos e demais detalhes são realizados em concreto aparente, especialmente desenhados de maneira a trazer iluminação natural matizada por vitrais coloridos causando efeitos de luz e sombra, que dão ao limitado espaço interno um forte caráter de recolhimento e austeridade. Todos os detalhes se referenciam mais ou menos literalmente a paradigmas corbusianos, demonstrando uma vontade de pertencimento a uma tradição contemporânea, ainda não completamente sazonada pela reelaboração criativa que a necessária experiência dos anos ajudaria, posteriormente, a melhor ativar (em obras como por exemplo o Edifício de Escritórios no Morumbi, 1973).